sexta-feira, 3 de junho de 2011

Como vota a Academia Brasileira de Letras

Carlos Drummond de Andrade morria de rir da Academia Brasileira de Letras. Ele, que recebia incansáveis convites para ingressar na ABL, sempre desdenhava daquilo que considerava uma instituição inútil onde alguns velhinhos vaidosos se reuniam para tomar chá e comer quitutes. Senão, vejamos alguns imorais, digo, imortais de grandiosa contribuição literária que habitam ou habitaram a Casa de Machado de Assis: Roberto Marinho, José Sarney, Marco Maciel, Paulo Coelho... E vejamos alguns "medíocres" que foram preteridos porque nunca apresentaram produção literária que prestasse: Lima Barreto, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Monteiro Lobato, Erico Veríssimo, Autran Dourado, Vinícius de Moraes, Rubem Fonseca...

Agora, para a vaga de Moacir Scilar, foi eleito o jornalista da Globo (ou do O Globo, o que dá na mesma) Merval Pereira, cuja "alta relevância intelectual" dispensa maiores comentários. Ouvi falar que o novo imortal da ABL escreveu dois livros, sendo que um deles fala mal do Lula. Concorria com Merval o escritor (de verdade) Antônio Torres. Clique AQUI para ler um ótimo artigo sobre a preferência da ABL por alguém que lhe dê notoriedade midiática (via Merval) em vez de preferir o patrimônio literário representado por Torres. Portanto, a eleição de Merval foi uma espécie de moeda de troca. Por ironia, o nome MERVAL remete à Bolsa de Valores de Buenos Aires. Link

Este blogueiro visitou a ABL e fotografou o salão de votação... Fiquei abismado com a incrível pluralidade representada pelas cores das urnas onde são depositados os votos. Confira:






2 comentários:

Horácio disse...

Acho que a ABL faz mais política que qualquer outra coisa. Sarney imortal é de matar.

Anônimo disse...

Só Sarney Horácio? /E o Marco Maciel, o Paulo Coelho, Ivo Pitanguy, tudo escritor de primeira grandeza.