quarta-feira, 28 de maio de 2008

Speak to Me

Speak to Me
(Mason)
I've been mad for fucking years, absolutely years, beenover the edge for yonks, been working me buns off for bands...


I've always been mad, I know I've been mad, like the most of us...very hard to explain why you're mad, even if you're not mad...


Tradução:
Fale para Mim
Eu tive puto da vida naqueles anos fodidos, muitos anos, fui além dos limites por longos anos, ralando pelas bandas...

Eu sempre tive puto, eu sei que andei puto igual a maioria da gente... muito difícil explicar por que você anda puto até mesmo quando você está calmo.



Análise

Embora instrumental, a primeira canção do álbum traz implícita uma "letra". Na verdade, não é considerada uma "letra" propriamente dita, mas parte dos comentários soltos, ou, vozes que você ouve ao longo do álbum como se fosse uma "conversa de fundo". Assim, não tente associar a tal "letra" à canção, já que não fará sentido algum - muito embora as tais vozes sejam consideradas por muitos como o verdadeiro "lado escuro da lua" proposto pelo álbum. Explica-se...

Conforme já foi dito noutro post, o lado escuro da lua é metáfora para o lado escuro de cada ser humano, ou seja, o nosso lado desconhecido, enigmático... Enfim: o lado que ninguém conhece.
Quando na elaboração do álbum, Roger Waters formulou um questionário que distribuiu às pessoas do estúdio em forma de papeletas. E tal questionário tocava em temas afins com o álbum, como loucura, violência, morte etc. Uma das perguntas era, por exemplo: "você tem medo da morte?" Ou: "qual foi o seu último ato violento?". As pessoas do estúdio (técnicos de som, porteiro etc.) gravaram de própria voz as respostas; depois, os produtores pegaram aleatoriamente as tais vozes e foram mixando ao álbum - o que deu um tom enigmático. Por isto dizem que este detalhe (pessoas comuns falando de morte, loucura, violência etc.) é que, no fundo, é o "lado escuro da lua" proposto pelo álbum.

Bom, a primeira canção...

A primeira canção do álbum “começa do começo”, ou seja, uma vida sendo gerada dentro do ventre materno. Primeiro, o silêncio; depois, os batimentos cardíacos (uma batida por segundo) cuja progressão sonora sugere o crescimento do feto. E tal vida parece perceber, de antemão, tudo o que se passará no mundo externo – e que está presente ao longo do álbum: primeiramente os ruídos do relógio (‘Time’); depois as caixas registradoras (‘Money’); as risadas (‘Brain Damage’); as aeronaves ( ‘On The Run’) e finalmente o grito feminino (‘The Great Gig in The Sky’)... Interessante observar que a reprodução deste grito feminino (de Clare Torry) têm duas vias interpretativas: simboliza o grito da mãe em meio à dor parto; e também o choro da criança – então a primeira manifestação do bebê quando chega ao mundo. Daí o título ‘Fale para Mim’.
E finalmente tudo calha na canção ‘Breathe’, quando o bebê tem a sua primeira manifestação vital: respirar. Na versão original, a canção ‘Speak to Me’ era mesclada à ‘Breathe’. Depois, por questões de direitos autorais que não vem ao caso, resolveram dividi-las em duas. Só a título de curiosidade, o título ‘Speak to Me’ foi inspirado numa frase do engenheiro de som, Alan Parson – quando este pediu para Roger Waters falar algo ao microfone para testar o equipamento. Assim, logo que Waters chegou ao estúdio para gravar, Parson teria lhe pedido “speak to me” (“fala pra mim”).

5 comentários:

Unknown disse...

Tá perfeito! Sem mais palavras.

Unknown disse...

BRILHANTE!
Estou abismada com o qual profundo esse cd é!
ótima análise!

Anônimo disse...

Michel, o aniversário de 30 anos do The Wall vem aí. Seria um prazer ler as análises do disco. Se tiver tempo, faça esse bem a todos!

Anônimo disse...

Cara é desse tipo de coisa que realmente precisamos, Pink Floyd, melhor banda de todos os tempo ! Eternamente, cara muito bom.

Parabéns.

Luiz Carlos Arruda Braga. disse...

Saudações Rock And Roll!
Michel, sensacional a análise deste clássico do imortal PINK FLOYD.
Isso veio contribuir para as madrugadas psicodélicas que passo ouvindo esta banda magnífica.
Parabéns Michel, estou impressionado!
Grande abraço e saudações floydianas!