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Em 2002, a campanha de Lula à Presidência surgia com um forte apelo:
"A esperança vencerá o medo".
Tal mote visava minar o "terrorismo do medo" plantado pela
campanha adversária, que tentava avivar as barreiras do preconceito que
cercavam o candidato que vinha como novidade desarmônica ao modelo de liderança
que habitava, desde sempre, o ideário popular para um Presidente da República:
um homem branco da elite capitalista - então a única condição técnica, moral e
intelectual (e por que não dizer "estética") para alguém ocupar a
chefia máxima de um país.
Nelson Mandela, que assumiu a Presidência da África do Sul em 1994,
talvez tenha sido a primeira grande prova de que tal engodo - o medo, via
preconceito - pode ser facilmente enterrado quando o próprio povo, uma vez
estreitamente identificado com o seu líder, resolve assim se enxergar como real
mandatário do poder. Com Mandela na Presidência da África do Sul, finalmente
aquele povo pôde sentir o gosto da respeitabilidade mundial após os sombrios
anos do apartheid.
Na campanha deste ano, o candidato democrata à presidência dos EUA,
Barack Obama, ante os questionamentos dos adversários bem parecidos com aqueles
que conhecemos em 2002, resolveu adotar rigorosamente o mesmo apelo: "Hope
over Fear". E o povo norte-americano, enfim, optou pela esperança.
O mundo também está
esperançoso.
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